sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Electrodomésticos classe A++, políticos classe G.

Perdoe-me o leitor, acabei de o seduzir com um título sonante no qual não acredito… onde se lê “políticos”, leia-se “demagogos”. Lamentavelmente as diferenças têm vindo ultimamente a ser tão poucas que este lapso é praticamente olvidável.

Dou-me conta que cada vez os electrodomésticos são mais eficientes, ou seja, fazem melhor o seu trabalho cada vez a custos menores, tanto ambiental, energético, e por aí adiante.

Os políticos, pelo contrário, cada vez dizem mais do que o Zé povo quer ouvir, embrulham-se em tais argumentos que se a cada frase que acabasse relembrássemos do que estávamos a falar e do que era relevante para o que estávamos a dizer, veríamos as caras surpreendidas de muitos políticos confessar já não se lembrar do centro, essencial.

Outra curiosidade, grande, e altamente irónica, é ver como fazemos electrodomésticos tão obedientezinhos, cada vez mais eficientes, enquanto nós, “sociedade ci-vi-li-za-da”, que sabemos que realmente as coisas correm melhor para TODOS quanto mais eficientes somos, não percebemos que o trabalho demagógico tão treinado pelos políticos (desculpem, mas os conceitos são mesmo quase iguais!), não contribui em nada para um ganho na eficiência da política – que relembro, tem a ver com as necessidades das pessoas.

(Esta verdade é tantas vezes mascarada, a política tantas vezes gasta estas palavras como “necessidades”, “pessoas”, que o ouvinte acaba a concordar com as quais o país não é claramente beneficiado.) Adiante. Foi um desabafo que me assaltou a mente.

Estou a ter uma epifania. Espere, caro leitor, caro amigo, ouvinte das minhas lacrimosas angústias!

A não ser… que este “classe G” para o país seja uma classe A++ para o bolso próprio!

Naaaah… Os políticos do nosso país não são assim.

(desafio qualquer político a não se encaixar neste texto.)

David Rocha

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