segunda-feira, 7 de setembro de 2009

“À mulher de César, não basta sê-lo (séria), é preciso parecê-lo”

Muito se tem queixado o PS do possível impacto negativo que o caso “Manuela Moura Guedes (MMG)” poderá ter no respectivo resultado eleitoral, lançando à público uma teoria da conspiração\campanha negra, sustentada e difundida por inúmeros blogs de campanha e apoio do PS, argumentado, em síntese, que seria demasiado estúpido o PS “promover” o afastamento de MMG, um autêntico tiro no pé.

Tal situação não é inédita. Mais uma vez, tenta justificar-se e refutar-se as evidências, tentando provar que o aparente 1+1 não é igual a 2, tal como ocorreu no caso da “licenciatura” de José Sócrates e no caso do Freeport.

Posto isto, e independentemente da verdade que não me compete averiguar, vamos partir da premissa que, efectivamente, o PS e o Eng. Sócrates não tiveram qualquer comportamento ilegal ou condenável. Realizemos o exercício hipotético de que a divindade guardiã e conhecedora de todas as verdades deste mundo (qualquer que ela seja) desceria à terra para elucidar e iluminar os portugueses acerca da verdade sobre estes casos.
Meus amigos, garanto-vos que, até para um Deus, tal não seria tarefa fácil. Porque?

No caso da "licenciatura", quem acredita na inocência do Eng. Sócrates quando ele realizou exames ao domingo?
No caso Freeport, quem acredita na inocência do Eng. Sócrates quando este finalizou apressadamente o respectivo licenciamento nas vésperas de abandonar o Governo?
No caso da MMG, quem acredita na inocência de Sócrates quando este dirigiu infindáveis “críticas” públicas à MMG, tentando condicionar a sua acção e fomentando um clima de asfixia democrática potenciado pelos inúmeros processos judiciais interpostos contra os jornalistas que ousaram critica-lo?

Ora, o cidadão médio\normal, confrontado com este cenário, independentemente da verdade divina e das irrefutáveis provas sagradas, sempre dirá “aqui há esturro”.
Acima de tudo, independentemente da verdade, o erro de Sócrates e do PS está na ausência de uma postura séria e credível, acima de suspeitas.
No fundo, a ausência de uma postura de Estado (ou do que deveria ser...).

Ilídio Leite

1 comentário:

Eduardo Sousa disse...

De facto o problema maior não é este caso especifico mas sim a falta de sentido e postura de estado por parte do governo...Falta a tal Politica de Verdade que o PSD tem tentado (e com sucesso) implementar!